Olá, meus leitores quarentões. Sim, eu sei, talvez você tenha 30 ou 50, mas o importante é que já viveu o bastante para perceber que o cinema é feito de fases. Se olharmos para trás, veremos que cada época teve seu gênero favorito, aquele que dominava as bilheteiras e fazia os estúdios apostarem todas as fichas. E, como nessa semana estreia o novo filme do Capitão América, mais um filme de super heróis, decidi trazer para vocês um compilado dos grandes gêneros do cinema e seus ciclos de glória e decadência.
Se nos últimos 15 anos os super-heróis reinaram absolutos, talvez estejamos prestes a ver a cortina se fechar para eles. Mas essa não é a primeira, nem será a última, grande mudança nas telas. Hoje, vamos passear pelos ciclos da história do cinema, entender como eles funcionam e, claro, tentar prever para onde estamos indo agora.
Os Gêneros que Moldaram o Cinema
Desde que as primeiras projeções começaram a encantar plateias, o cinema já demonstrava uma tendência à repetição. Quando um gênero faz sucesso, Hollywood percebe rápido e passa a fabricar mais do mesmo até o público enjoar. Depois, tudo recomeça com uma nova onda.
O Faroeste: Uma América Selvagem e Heroica
Nos anos 1930 a 1960, os westerns eram o equivalente aos filmes de super-heróis de hoje. Cada mês surgia um novo caubói enfrentando bandidos, índios (nem sempre retratados de forma justa) e a imensidão do deserto. John Wayne era o Robert Downey Jr. da época, e diretores como John Ford ditavam o tom dessas aventuras.
Mas aí veio o declínio. O mundo mudou, os Estados Unidos deixaram de ver o Velho Oeste como o símbolo da nação e o público passou a se interessar por histórias mais urbanas e realistas. O faroeste não morreu, mas virou uma peça de museu, ressurgindo ocasionalmente em obras como Os Imperdoáveis (1992) e Django Livre (2012).
Musicais: Quando Todo Mundo Cantava e Dançava
Já imaginou entrar no trabalho e, de repente, seu chefe começa a cantar um solo emocionante sobre os desafios da vida corporativa? Pois é, nos anos 1930 a 1950, isso era normal… no cinema. Filmes como O Mágico de Oz (1939) e Cantando na Chuva (1952) mostravam personagens que resolviam tudo com música e coreografias impecáveis.
O problema? A vida real não é um musical. Conforme os anos 60 e 70 trouxeram um cinema mais cru e reflexivo, o público começou a achar esse otimismo exagerado. Claro, o gênero ainda aparece de tempos em tempos (La La Land, O Rei do Show), mas nunca mais dominou Hollywood como antes.
Filmes Noir: O Charuto, a Femme Fatale e o Mistério
Nos anos 1940 e 1950, o crime dominava as telas. Em preto e branco, com sombras intensas e detetives cínicos, os filmes noir conquistaram o público. Protagonistas como Humphrey Bogart soltavam frases afiadas enquanto tentavam resolver assassinatos cheios de reviravoltas.
O noir perdeu força quando os anos 60 trouxeram um cinema mais colorido e dinâmico, mas seu DNA sobrevive em muitos thrillers modernos. Se você já viu Los Angeles – Cidade Proibida ou Blade Runner, saiba que são filhos diretos desse gênero.
Ficção Científica: O Futuro Sempre Chega
A ficção científica teve várias fases. Nos anos 1950, alienígenas e monstros gigantes invadiam as telas em meio ao pavor da Guerra Fria. Nos anos 1970 e 1980, a coisa ficou séria com Star Wars (1977) e Blade Runner (1982), que redefiniram o gênero.
Mas o mais curioso sobre a ficção científica é que ela nunca sumiu. De tempos em tempos, muda de cara – foi cyberpunk nos anos 90, filosófica nos anos 2000 (Matrix, A Origem), e grandiosa na década de 2010 (Interestelar, Duna). Se tem um gênero que nunca sai de moda, é esse.
Terror: Um Grito Que Nunca Se Cala
O terror também se reinventa. Nos anos 1930, eram monstros clássicos. Nos anos 70 e 80, surgiram os slashers como Halloween e Sexta-Feira 13. Já nos anos 2010, diretores como Jordan Peele e Ari Aster deram um toque mais psicológico e sofisticado ao gênero.
E sabe o mais interessante? O terror nunca precisou de orçamentos gigantes, o que o torna um gênero que sobrevive a qualquer crise. Mesmo quando os blockbusters sofrem, o terror está lá, firme e forte, pronto para fazer o público gritar e as bilheteiras sorrirem.
Os Filmes de Super-Heróis e a Grande Virada
Agora, chegamos ao presente. Desde 2008, com o lançamento de Homem de Ferro, os filmes de super-heróis dominaram o cinema como nenhum outro gênero antes. O MCU virou um fenômeno cultural, e a DC tentou seguir pelo mesmo caminho.
O auge veio com Vingadores: Ultimato (2019), que arrecadou quase 3 bilhões de dólares. Mas, como sempre acontece, o excesso levou à saturação. Filmes como Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania e The Marvels tiveram bilheteiras decepcionantes. O público começou a se cansar da fórmula, e os estúdios agora buscam um novo caminho.
O Que Vem Agora?
Se a era dos super-heróis está enfraquecendo, o que pode substituí-la?
1. Nostalgia e adaptações de games – The Last of Us e Super Mario Bros: O Filme mostraram que jogos podem render grandes sucessos no cinema e na tv. Talvez essa seja a próxima grande onda.
2. Cinema autoral e original – Diretores como Christopher Nolan e Denis Villeneuve ainda conseguem atrair o público com histórias novas e bem-feitas. Se Hollywood aprender a investir nisso, podemos ter um renascimento do cinema original.
3. Filmes de fantasia e ficção científica – O sucesso de Duna e o retorno de O Senhor dos Anéis ao streaming indicam que o público ainda ama grandes épicos.
O mais provável? Veremos uma mistura de tudo isso. O cinema nunca é estático, e a história prova que sempre há espaço para novas tendências.
Se você chegou até aqui, parabéns! Você acabou de viajar por quase um século de cinema e, espero, agora enxerga os filmes com outros olhos. As grandes mudanças são inevitáveis, mas isso não é ruim – é isso que mantém o cinema vivo e emocionante.
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