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Ainda estou aqui…observando a sua hipocrisia



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Olá, meus leitores que não são mais quarentões. Finalmente a nova plataforma estreou, e está incrível. Dei um tempinho aqui nesse espaço para não sobrecarregar a equipe que estava fazendo a transição do 40emais para o Conteúdo e Mais. Mas hoje, volto a escrever, para falar de um assunto que, sim, já envelheceu (não tenho culpa, estava esperando a nova plataforma), mas que não deixa de ser relevante: o Oscar de Ainda estou aqui. 

Nunca imaginei que a aguardada vitória no Oscar para o Brasil fosse me deixar tão entristecido. O que era para ser a celebração do cinema brasileiro, se tornou, na minha opinião, um vexame. Mais que isso, uma vergonha. Não pela qualidade do filme em si. Pessoalmente, achei o filme bom, mas nem de longe é o melhor que Walter Salles já fez. O filme tem problemas de ritmo, e, na boa, Fernanda Torres não é Fernanda Montenegro. Achei a atuação dela bem regular. E isso me traz a primeira questão de porque essa vitória me incomoda tanto.

Não sei se vocês chegaram a ver a entrevista do diretor e da atriz nos EUA. Na entrevista, eles alegam, na cara de pau, que esse filme nunca seria produzido na época do governo Bolsonaro. Ah gente, pelo amor de Deus! Por mais que o governo Bolsonaro tenha tido seus problemas, quando foi que o cara proibiu alguém de fazer seu filme? Ah, mas Ricardo, ele parou as leis de incentivo. Parou nada. O que ele fez foi reduzir o teto da lei Rouanet (que não é usada em cinema) para até 1 milhão de reais. Ora, é ruim compartilhar o bolo com mais gente? Além disso, não custa repetir: Walter Salles é bilionário! Literalmente! Ele pode produzir mil filmes sem pedir dinheiro para ninguém. Esse é um dos motivos pelos quais eu abandonei esse trabalho: é muita falta de vontade de realmente empreender nesse meio. Para que dar uma entrevista como essa? Quer dizer, é lógico que é para se vitimizar e fazer um caso com a Academia, também ultra esquerdista. Mas esse excesso de politização, além de ser mentirosa, prejudica o próprio filme. Gera antipatia no outro lado do espectro político. Essa turminha que maneja o cinema nacional como bem quer inviabiliza o negócio para se manter sempre recebendo verbas.

Ah, Ricardo. Você está mal informado. Esse filme não recebeu verba pública nenhuma. Ok. É o que dizem. Agora, esse é o primeiro filme do diretor? Acho que não, né? Além do mais, a produtora que fez o filme acaba de receber aí uma mamata. Vou pedir para a produção colocar o link, e você acessa clicando aqui. Não é coincidência, né?

Outra questão que tira o sabor da vitória desse filme é a total hipocrisia, falta de empatia com a situação de hoje: ora, o que adianta lamentar uma ditadura que acabou 40 anos atrás, mas fingir que não vê (ou até negar a anistia) a ditadura que está acontecendo agora, na cara de vocês? Ou essa aqui não é ditadura? Porque, se formos contar direitinho, nós temos todos os elementos: jornais censurados, exilados políticos, presos políticos. Porque a história da Eunice Paiva é mais importante que a história da viúva do Clezão? Que empatia é essa? E pior, eles poderiam ter usado um filme que fala sobre a ditadura anterior para denunciar os abusos da ditadura de agora. Para o mundo todo. Não apenas ia ajudar essas pessoas, que fizeram bobagem, mas não tentaram abolir o estado democrático de direito, e estão presas injustamente, mas também ia angariar simpatia para o filme do mesmo jeito, garantindo a estatueta da mesma forma. Mas não. De repente, essas pessoas podem. O Rubens Paiva era vítima. Esses aí, eles não se importam. 

Como eu disse antes, o cinema brasileiro me entristece. Já disse aqui, que não deveríamos ter de pagar pelos filmes. Agora, ter que comemorar a tão sonhada premiação do Oscar para um filme brasileiro, para um filme tão fraco, tão mais ou menos, e feito por pessoas tão hipócritas, isso não dá. Se você acha que o cinema (ou qualquer coisa que dependa de puxação de saco para andar) vai se desenvolver, eu tenho uma notícia muito ruim para você, meu amor. Em um país de 200 milhões de pessoas, a gente simplesmente não consegue, um, esquecer a ditadura militar (já repararam que todo ano sai ao menos um filme sobre o tema), e dois, aproveitar todo esse público consumidor para desenvolver uma indústria que não dependa do Estado. Ao invés disso, a gente continua distribuindo dinheiro para as pessoas de sempre. E é por isso que, como diz a minha bio aqui na Plataforma, eu larguei o cinema para plantar alface. É mais negócio, e eu tenho que me envolver com bem menos gente que eu não respeito. 

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Agora vamos a boa notícia: finalmente temos a plataforma Conteúdo e Mais. Gente, foi um périplo, uma luta, desde rever todos o plano de negócios da 40emais, até a criação de uma nova marca, na minha opinião, mais dinâmica, mais moderna, mais classuda. Acredito que Márcio e seu time, além das sócias, acertaram. Dá para ver que está tudo mais tecnológico, a área de colunistas está fantástica. Acredito que você, leitor, tem tudo para passar no s momentos lendo, assistindo ou ouvindo um conteúdo que vai se expandir e melhorar cada vez mais. Boa sorte, meus queridos. Contem comigo. 

Ah, e você, leitor, curta, comente e compartilhe meus textos, pois agora, eu lucro com isso. Cada curtida, comentário ou compartilhamento garante uma singela moedinha na minha conta. Então, ajude esse nobre colunista que só quer trazer verdades (e cinema) para vocês. Até a próxima! 


Ricardo Reis

Olá. Meu nome é Ricardo Reis, empresário, ex-professor e (ainda) entusiasta de cinema.


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1 Comments

  1. Selma Cabralabril 12, 2025

    Olá Ricardo adoro ler os seus textos e compartilho muito da sua opinão sobre os filmes, as críticas e fiquei feliz que finalmente alguém com uma opinião parecida com a minha sobre o filme. Simplesmente não é tudo isso mesmo. Acho que o Diretor pode fazer muito mais e já até fez.
    E concordo que ele não precisa pedir dinheiro para fazer um filme, poderia empreender no cinema, e fazer filmes 100 vezes melhores sem tem que agradar ninguém em troca de dinheiro.

    Imagina produzir um filme sem precisar ou ficar devendo favor a ninguém a maravilha que seria? E ele pode…..

    Parabéns pela sua sinceridade sempre!

    Grande abraço e até a próxima!

    Responder

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