Olá, meu bom e bravo empreendedor. Sabe, de uns anos para cá, a tv aberta deixou de existir na minha vida. Coisas como rede globo, SBT, jornal nacional, enfim, esse lixo todo, sumiram, dando lugar para as plataformas de streaming, em especial, o YouTube.
Pode-se dizer que, enquanto estou fazendo qualquer coisa, o YouTube está no fundo, fazendo companhia, ou mesmo assistindo alguma coisa. Sejam notícias, entretenimento, curiosidades, enfim, posso dizer com segurança que em 90% do tempo, o YouTube está rodando na minha tv.
Mas, e como isso não é um texto patrocinado pelo YouTube eu posso falar o que eu quiser, eu tenho notado que o YouTube está um saco sua do se trata de anúncios. Meu. Deus. Do. Céu. As vezes, em um vídeo de 10 minutos, temos até cinco interrupções para anúncios. Isso beira o inacreditável. Se formos somar, o tempo dos anúncios é metade do tempo do vídeo. Como pode?
Mas o foco do papo de hoje nem é sobre o motivo do YouTube estar tão carregado de anúncios, mas uma questão em particular: como o público-alvo se sente quando é bombardeado pelos mesmos anúncios o tempo todo, over and over again?
Eu posso dizer que passei a detestar algumas figuras que já me venderam coisas, mas wue hoje interrompem meus vídeos sem parar para vender mais coisas. E aparecem muito. Muito. Uma mesma mensagem. Ou variações da mesma mensagem, sem parar. Deus do céu, como eu os odeio. Eu deveria expor esses caras aqui, pois muitos estão vendendo cursos e livres infinitas sobre gestão de tráfego. Então eu sei que você pode (e deve) limitar o quanto de vezes o seu público vai ver seu anúncio. Então por que não fazem? Por que me torturam com seus “desafios da gestão de tráfego”?
O problema não é o anúncio — é o excesso
Veja bem: anúncios são, por essência, uma ferramenta poderosa. Eles colocam sua mensagem na frente de quem pode se interessar por ela. Mas como toda ferramenta poderosa, ela precisa de responsabilidade. Quando você exagera, o feitiço vira contra o feiticeiro.
O cérebro humano tem mecanismos de defesa contra estímulos repetitivos. É o famoso “efeito zumbido de geladeira”: no começo incomoda, mas depois o cérebro ignora. Só que no caso de anúncios, especialmente em formatos invasivos e repetitivos, o cérebro não apenas ignora — ele se irrita. Ele cria resistência. E essa resistência se transforma em rejeição.
É aqui que muitos empreendedores erram feio: acreditam que mais exposição leva automaticamente a mais vendas. Mas há um ponto crítico em que a exposição se torna saturação. O público não só deixa de prestar atenção — ele ativa um gatilho emocional negativo. Você, que deveria ser lembrado com respeito e interesse, passa a ser lembrado com raiva, tédio ou desprezo.
A matemática emocional da rejeição
Se o seu anúncio aparece 12 vezes para alguém que clicaria com 3, as 9 vezes extras não são neutras — elas somam pontos de desgaste. E cada ponto desses é um pequeno empurrão para o abismo da antipatia. No fim, o seu esforço de marketing não só falha em gerar conversão, como constrói uma reputação de desespero, amadorismo e desrespeito pelo tempo do outro.
Segundo uma pesquisa da HubSpot, 91% das pessoas dizem que anúncios hoje estão mais intrusivos do que há dois anos. E pior: 79% afirmam que se sentem “rastreadas” ou “perseguidas” por anúncios, especialmente quando veem o mesmo criativo várias vezes ao dia. Isso cria um fenômeno chamado ad fatigue — a fadiga do anúncio — em que o desempenho despenca justamente porque o público já não aguenta mais ver a mesma oferta. O próprio Facebook recomenda limitar a frequência de exibição para evitar esse desgaste. E adivinha? Quanto mais alta a frequência, menor a taxa de cliques e maior o custo por conversão.
O curioso é que o YouTube, sendo uma plataforma com tecnologia avançada de segmentação e frequência, permite que os anunciantes limitem isso. Mas muitos ignoram esse controle — talvez por desconhecimento, talvez por ganância. Apostam na lógica de guerra, quando o jogo é de sedução.
Empreendedor, sua marca não é um martelo
Anunciar é comunicar, não martelar. Quem precisa gritar o tempo todo geralmente é quem tem pouco a dizer — e o público sente isso. Construa desejo, não incômodo. Deixe o silêncio trabalhar a seu favor. Dê espaço para a ausência gerar saudade, não alívio.
Porque, no fim das contas, ninguém quer comprar de quem parece estar implorando. Queremos comprar de quem parece seguro, interessante — e sabe a hora de calar para que o interesse fale por si.
Esse foi o papo de hoje. Se você quer comentar algo, dizer que estou totalmente enganado, ou me aplaudir por me levantar contra os anúncios em excesso, deixe seu comentário aqui embaixo. E deixe seu like, pois isso me ajuda muito como colunista. Semana que vem, vamos falar sobre anúncios chatos do YouTube e como construir o seu de forma a gerar desejo, não rejeição. Até quarta que vem.