Quando tivemos a ideia de criar o Café das Cinco, eu e Narriman (minha namorada, com quem divido a coluna) queríamos criar algo que fosse uma extensão de um dos nossos hobbies favoritos. Nós sempre gostamos de conhecer novas padarias, ou docerias, cafés…enfim, lugares diferentes, que a gente possa sentar e comer alguma coisa. E geralmente a gente fazia nossa avaliação sobre o lugar. Nada muito formal, só pra ver se a gente ia voltar lá ou nunca mais.
Mas eis que veio a pandemia, e como tudo mais, o Café das Cinco teve que ser homem office mesmo. E como essa coisa de ficar em casa é chata. Eu me vi acordando no trabalho, almoçando no trabalho, encerrando o expediente no trabalho…trabalho…trabalho …insuportável. Era apenas trabalho. Todas as tarefas diárias se resumem a trabalho. Mas agora eu decidi: vou ter um hobby. E a escolha não poderia ser mais perfeita. A partir de agora, de tempos em tempos, vou me dedicar a aprender a cozinhar. Não que eu vá virar um chef, apenas vou aprender a fazer as gordices que a gente sempre pede no delivery. Por que choras, Ifood?
Além disso, também vou dividir com vocês as minhas experiências na cozinha, então, para começar, vou contar para vocês como foi fazer a minha primeira pizza. Do zero. Da massa ao recheio. E na Air fryer.
Como tudo que eu me proponho a fazer, eu enrolei por uma semana. A ideia era fazer a pizza no sábado, mas para respeitar a dieta, e para que eu tivesse tempo de desistir, eu joguei lá para o sábado.
Então, quando veio o sábado, Narriman não me deixou não fazer a pizza. Agora tinha que ir. A massa era o que eu mais tinha medo. Tinha convicção que ia jogar 1kg de farinha no lixo, terminar p…da vida e pedir uma pizza mesmo. Fui colocando a água, e a massa estava horrível, farinhenta e grudenta.
Eu sabia! Não deveria nem ter tentado. Claro que ia ficar uma porcaria. Mas aí eu fui sovando, com muito ódio pela experiência grotesca diante de mim. E enquanto a Narriman ia colocando a água, morna, na massa, eis que ela começou a ganhar consistência. Não grudava mais, nem estava farinhenta e nojenta. Tava nascendo. E ficou incrível.
Para o recheio, obviamente que não existe opção além da calabresa. O recheio já não era novidade. Eu sempre fazia com aqueles discos de pizza meio duros, que já vem prontos. Agora nunca mais.
Depois que a massa estava devidamente sovada, ainda tinha outro desafio: ela tinha que crescer. Fiz as bolinhas, cobri com pano de prato e deixei descansar por 45 minutos. Quando voltei, para minha surpresa, as bolinhas dobraram de tamanho. Foi uma sensação muito boa. Tinha começado algo do zero que acabou dando certo. A massa estava bem bonita mesmo.
A última coisa que podia dar errado era que a massa precisava pré-assar, por dois ou três minutos, e depois sair da air fryer, ser recheada, e depois assar por mais 8 ou 9 minutos, depende de quem prefere mais assado ou menos.
Mas eis que no final, tudo deu errado…
Mentira! A pizza ficou muito boa. As pizzas, aliás. Preparei três de calabresa e uma de marguerita, e só não fiz mais porque ninguém aguentava mais comer. Duas para cada um parece ser o limite. Elas não ficaram redondinhas, como de um pizzaiolo profissional. E essa não era a ideia. A ideia era começar um projeto, pensar no desenvolvimento, realizar e dar certo. E deu.
https://drive.google.com/file/d/1bDfY_pxwKQ_OqdZG7vkHOpy3dqpAYPbt/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1nVdLQZeZrodddakAwXwIB7VqlOOZx6yy/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1akrMDrE9cRVKfwFIIpl6QkR_RxZwvB72/view?usp=sharing
Moral da história: sempre tenha uma boa dose de pessimismo, para que a expectativa não fique muito alta, mas nunca desista de um projeto no meio. No começo, ele pode parecer estar dando errado, estar ficando grotesco e farinhento, mas se você persistir, e der muita porrada na massa, as coisas vão dar muito certo.
Na próxima vez, eu vou tentar fazer um clássico da culinária leitão: enroladinho de salsichas.
P.S. A pizza ficou incrível. Quem quiser a receita da massa, coloca embaixo, nos comentários.
Até a próxima.
E estava uma delícia 🙂