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A família que se tem, a família que se quer



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Todo psicólogo é um saco sem fundo de histórias. Mais do que contos, são histórias da vida real. Nas últimas semanas, os casos de família transbordaram e uma coisa ficou muito clara: em qualquer situação ou conflito familiar, sejam descarados ou mascarados, alguns aspectos se repetiam.

O principal que brilhava aos meus olhos era a grande dificuldade que as pessoas têm de enxergar com isenção erros, fraquezas e, às vezes, uma deformação de caráter do membro da família.

E parece que a dificuldade fica potencializada quando a mãe percebe e reconhece o erro dos filhos. É como se ela estivesse “desamando” ou mesmo assumindo uma impotência na criação e insuficiência de amor. Esta é a culpa clássica que assola até quem não a tem.

De outro lado, está a grande questão universal, principalmente na nossa formação judaico cristã, de que o amor de família e de mãe é interminável. Então, ao enxergar e criticar, as pessoas sentem-se traindo o que há de mais sagrado na nossa cultura: a família.

As situações com as quais nos deparamos que dão margem a essa reflexão são infindáveis, como a criança em formação que é cruel com o professor ou ultrapassa os limites de aspectos cotidianos; um filho que rouba e lesa a própria família; um doente de moral e ética ou um dependente químico dominado pelas drogas, que é internado numa clínica de reabilitação por estar doente da alma.

Falar de família não é fácil, pois caímos facilmente na crítica e no maniqueísmo do certo e errado. A família é um sistema ativo em transformação, tem vida própria e, por isso, não pode ser padronizada.

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Além disso, é complexa. Isso porque com o passar do tempo, para assegurar a continuidade e o crescimento da família como unidade, é preciso ter espaço para a diferenciação de seus membros que, aos poucos, ganham independência. E é aí que mora o perigo, pois ao se expressar podem instituir um novo sistema.

Esse caminho é determinado não apenas pelos estímulos biológicos, como pela interação psicológica mãe-filho, mas particularmente pela marca familiar.

Alguns estudiosos da dinâmica familiar arriscam dizer que o curso da história futura de um indivíduo pode ser previsto a partir do clima emocional predominante na família.

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Desde criancinhas sem limites até a complacência com os adultos, é necessário ter coragem de admirar a luz sem perder de vista as sombras.

Mais uma vez repito, até porque tenho horror de culpar alguém, pois mãe e família, nesses tempos de tantos desencontros, geralmente são citadas como fontes geradoras de erros.

Contudo, acho importante comentar a possibilidade que temos de enxergar mais além do que nossos olhos alcançam, procurando uma verdadeira interação da família que não se faz só com o almoço de domingo, presentes nas datas especiais ou apagando os erros para fazer de conta que eles não existem. 

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Mas com coragem de retirar as máscaras familiares e enxergando também o que é feio, cruel e merece crítica, reprovação e até punição.

Falar em punição para um ente amado é quase uma heresia, porém se não dermos chance de a pessoa entrar em contato com o seu contexto não lhe daremos também a oportunidade de refazer seu próprio caminho.

E esse percorrer é difícil para ambos os viajantes. A família que percorre por uma estrada e o filho, irmão ou mesmo pai…que agora já é grandinho vai ter que viajar sozinho.

Pois uma coisa eu afirmo: sempre que numa família alguém destoa ou pega um caminho mais sinuoso nunca o faz de repente, sempre emite sinais.

O problema é que a família, aprisionada na máscara da família idealizada, não percebe e, se não percebeu, paciência. Provavelmente, não estava pronta para isso. Porém, se perceber e não agir pecará contra si e seu ente querido. 

Em contrapartida, se agir, por mais doloroso que seja, acertará e, principalmente, praticará um ato de amor.

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Marcia Atik

Márcia Atik, é psicóloga clínica, conferencista, com especialização em Sexualidade, Terapia de Família e Casal.


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